Monday, October 12, 2009

All about a minute

As we grow up,

we learn that,
even the person that wasn't suppose to let you down,
probably will.

You will have your heart broken,
probably more than once and its harder every time.

You will break hearts too,
so remember how it felt when yours was broken.

You will fight with your best friend.
You will blame a new love for something the old one did.

You will cry because time is passing too fast,
and eventually lose someone you love...

So:
take too many pictures,
laugh too much,
and love like you've never been hurt,
because every sixty seconds you spend been upset,
is a minute of happiness you will never get back...

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Sunday, October 11, 2009

É pra lá que eu vou

Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objecto - é para lá que eu vou.
À ponta do lápis o traço.

Onde expira o pensamento está uma ideia, ao derradeiro hábito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia - é para lá que eu vou.
Na ponta dos pés o salto.


Parece a história de alguém que foi e não voltou - é para lá que eu vou.

Onde não vou? Vou, sim.
E volto para ver como estão as coisas. Se continuam mágicas.
Realidade?
Eu vos espero.
É para lá que eu vou.

Na ponta da palavra está a palavra.
Quero usar a palavra «tertúlia» e não sei aonde e quando.

À beira da família estou eu.
À beira de eu estou mim.
É para mim que vou.
E de mim saio para ver.
Ver o quê?
Ver o que existe.

Depois de morta é para a realidade que vou.
Por enquanto é sonho.
Sonho fatídico.
Mas depois - depois tudo é real.
E a alma livre procura um canto para se acomodar.

Mim é um eu que anuncio.
Não sei sobre o que estou falando.
Estou falando do nada.
Eu sou nada.

Depois de morta engrandecerei e me espalharei, e alguém dirá com amor meu nome.
E de lá volto para chamar o nome do ser amado e dos filhos.
Eles me responderão.
Enfim terei uma resposta.
Que resposta?, a do amor.
Amor: eu vos amo tanto. Eu amo o amor.
O amor é vermelho.
O ciúme é verde.
Meus olhos são verdes. Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros.
Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber.

À extremidade de mim estou eu.
Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta.
Mas a que canta.
A que diz palavras.
Palavras ao vento?, que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo.

Eu à beira do vento. O morro dos ventos uivantes me chama.
Vou, bruxa que sou. E me transmuto.

Oh, cachorro, cadê tua alma?, está à beira de teu corpo?
Eu estou à beira de meu corpo.
E feneço lentamente.

Que estou eu a dizer?
Estou dizendo amor.
E à beira do amor estamos nós.

Clarice Lispector


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